O deputado Neodi Saretta, presidente da Comissão de Saúde, repercutiu a reunião realizada nesta quarta-feira (31), na Alesc, com a equipe da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina para a prestação de contas do relatório quadrimestral de gestão fiscal e prioridades da pasta.
Ele destacou a importância da reunião para o conhecimento dos gastos e investimentos do Executivo, mas lamentou a continuidade das filas das cirurgias eletivas, a lotação de UTIS, a baixa cobertura vacinal e a explosão de casos de dengue.
“Muito mais do que destacar os números, temos que salientar a necessidade das ações para de fato melhorar a saúde para os catarinenses.”
Ele reconheceu os esforços que estão sendo feitos pela área da saúde, mas disse que a média das cirurgias eletivas realizadas este ano é semelhante a do ano passado.
“Se a gente manter mais ou menos a mesma média significa manter a mesma fila que estava lá em fevereiro, com mais de 100 mil pessoas, porque outras entraram na fila e corremos o risco de continuar com um número grande. Por isso, os esforços devem continuar no sentido de contratualizar essas cirurgias, de colocar recursos e avançarmos nesse ponto.”
Outra questão levantada pelo deputado são os leitos de UTI, historicamente em defasagem em SC. “Eu tenho dito de forma reiterada aqui, trazendo inclusive dados, números e mostrando que nós precisamos de um aumento permanente de leitos de UTI.”
Segundo o deputado, durante a pandemia houve a ampliação temporária de leitos, que foram gradativamente desativados colocando o sistema novamente num colapso.
“Nos últimos dias está havendo uma ação de contratualização de novos leitos, o que dá um alívio, mas é importante que essa contratação não seja temporária, para nós podermos ter a estrutura necessária para atender os catarinenses.”
Parafraseando o dr. Douglas Roberto Martins, promotor do Ministério Público que estava na audiência, o deputado disse que se a atenção primária não der conta, não atender de fato a população, também não adianta só o aumento de UTIs.
O que significa, ressaltou Saretta, que na atenção primária, que é a porta de entrada da população ao sistema de saúde, é preciso ações bastante firmes voltadas para a prevenção e aí entram as campanhas.
“A cobertura vacinal é uma das mais baixas da história, e eu não falo isso por falta de incentivo das secretarias municipais, do Estado, ou do Ministério da Saúde. Talvez seja a estratégia que não está dando resultado, às vezes informações erradas na cabeça das pessoas. A baixa cobertura vacinal resulta em prontos-socorros cheios, UTIs lotadas e temos já consequências gravíssimas com a morte de pessoas que poderiam ser evitadas.”
Dengue
O deputado Saretta também frisou que a dengue está absolutamente fora do controle. “O Brasil nos últimos anos diminuiu os agentes da endemia, a prática da prevenção e a doença estourou nos últimos tempos.”
Ele disse que ouviu de alguns que o inverno felizmente está chegando e que então o mosquito se acomoda, mas que isso não é mais verdade, porque o mosquito também vai ganhando resistência. “Os agentes de endemias precisam ir às casas e fazer a prevenção, tem que ter ações mais efetivas, não basta só passar um fumacê no meio da rua.”
Segundo ele, a secretária Carmen Zanotto está fazendo um esforço muito grande na condução dos trabalhos, mas apontou que a saúde precisa de recursos. “Por isso, quando da elaboração dos orçamentos precisamos estar atentos para incrementar os valores, porque sem dinheiro não se faz uma saúde de qualidade.”
Informações Assessoria do deputado Saretta
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